Tailândia: terra de mil sonhos! (Bangcoc, Koh Samui, Phuket, Chiang Mai e Chiang Rai)

Escrever sobre a Tailândia é difícil. Não que a gente não tenha coisa para contar, depois de 20 dias de paraíso, histórias legais não faltam… Mas é preciso um esforço desumano para levantar da espreguiçadeira na praia e vir escrever, mesmo quando o relógio aponta 20 horas.
Ainda bem que começamos a viagem por Bangcoc, ou seria quase impossível sair do bem bom para visitar a capital caótica. Em quase 3 dias, deu para ver os pontos turísticos que achamos mais interessantes e ainda ficar de bobeira pelas ruas da cidade, sempre borbulhando de vida. Andar pelo bairro ao redor do hostel (não ficamos em uma área tipicamente turística) era um espetáculo de aromas e sabores. As ruas por ali são salpicadas de tendinhas com artigos de moda, bastões de incenso, milhares de petiscos fritos, sobremesas e até um tatuador!
Mas, voltemos aos pontos turísticos. Como em todo sudeste asiático, há milhares de templos e Budas em diversas posições (sentado, sorrindo, em pé) a serem visitados. No entanto, nenhum viajante deve considerar passar pelo país sem conhecer o Templo do Buda de Esmeralda que fica dentro do também estonteante Grande Palácio. Os dois lugares ganharam destaque na minha lista de “monumentos embasbacantes ao redor do mundo”. Nenhuma igreja europeia, ou qualquer outro sítio religioso ou histórico que visitei, chega perto dos mosaicos detalhados, estátuas de seres exóticos (me sentia um figurante do filme O Labirinto do Fauno) ou das cores vivas dos painéis nas paredes. É realmente belíssimo, talvez por ser muito diferente do padrão ocidental. Há, é claro, outros templos interessantes em Bangcoc, com destaque para o Wat Arun na beira do rio, mas nada comparável ao Buda de Esmeralda/Grande Palácio.
Seguindo uma das dicas valiosas de uma amiga, passamos o resto da tarde (a maioria dos pontos turísticos oficiais fecha antes das 16h) andando por Chatuchak, o maior mercado popular da Tailândia. Você encontra de tudo por lá, comidas típicas, bugigangas chinesas, roupas de marca falsificadas e muitas lojas de móveis e objetos de decoração lindíssimos. Tínhamos vontade de fechar um container e redecorar toda nossa casa. Dessa vez, o orçamento não deixou, mas ainda volto ao país e levo um navio com móveis asiáticos para Curitiba.
Falando em feirinhas, a 100 km de Bangcoc fica o Damnoen, o famoso mercado flutuante, uma espécie de shopping em cima da água. É bacana para conhecer como o comércio girava antes do século 20, quando a cidade era cortada por milhares de canais lembrando uma Veneza asiática. No entanto, o lugar já está bem turistificado. Em vez de objetos artesanais, vimos a maioria das lojas vendendo as mesmas parafernálias chinesas. Bom, valeu o passeio, senão pelas lojinhas, pelo menos pela massagem no pé enquanto esperávamos pelo motorista da van.
Há alguns outros lugares para visitar, como a rua Kao San, um reduto de mochileiros que se tornou um destino gastronômico para jovens tailandeses (not our thing), o Teatro Nacional famoso pelos shows de dança tradicional e alguns outros templos. Mesmo assim dá para fazer tudo em no máximo 4 dias, já que é bem fácil andar pela cidade com os temerários tuk tuks. Esses triciclos transformados em táxis levam turistas para todo canto por cerca de 10 bahts por corrida (0,20 centavos de dólar), desde que você não se importe em parar ao longo do caminho em alguma loja “conveniada.” É que alguns tuk tuks são comissionados, ganhando um dinheirinho a mais para cada selo coletado nessas visitas. Um jeito interessante de estimular o comércio para os lojistas e uma maneira barata de conhecer a cidade para os turistas, caso você disponha de tempo e paciência para passar 10 minutos em uma loja de ternos e finalmente dizer “eu vou pensar, qualquer coisa volto mais tarde.” Se não, é bom preparar a carteira, porque a corrida do táxi normal para o mesmo trajeto sobe para 200 bahts.
Depois de alguns dias na capital, estávamos animados para passar os próximos 10 dias na praia. O litoral tailandês é muito famoso, com praias intocadas do lado leste onde fica Koh Samui, e outras de renome mundial do lado oeste, como Phuket e Koh Phi Phi (onde foi filmado A Praia). Como não conseguíamos decidir aonde ir, resolvemos conhecer os dois destinos. No quesito belezas naturais, Koh Samui é peso pesado enquanto Phuket é café com leite. Não que não haja lugares bonitos do lado oeste, mas geralmente não são aqueles inclusos no circuito turístico. Phuket é uma verdadeira gringolândia, focando naquelas baladas clichês de beira de praia. A praia principal, Patong, não tem nada demais e é bem mais suja que a praia central de Koh Samui (Chaweng Beach). Chaweng ainda tem restaurantes legais e vários turistas (principalmente russos), mas nada como a horda de gringos velhos caçando tailandesas novinhas de Phuket. A praia em Chaweng também é deliciosa, de areia branca e água cristalina e morna, com massagistas de prontidão em quiosques na areia (uma das melhores coisas da vida) e você ainda consegue uma espreguiçadeira sem ninguém por perto sem ter que andar quilômetros.
Há pouco mais de uma hora de barco de Koh Samui também fica a espetacular reserva marinha de Angthong e outras ilhas praticamente intocadas, como Koh Tao e Koh Phangan. Eu e Guico nos apaixonamos por Angthong, com as pedras que parecem flutuar na água do mar, cavernas aquáticas e um grande ecossistema marinho. Fazer snorkel por lá era incrivelmente fácil, você praticamente não precisava nadar para ver os peixes. É também em uma dessas ilhas (Koh Phangan) que ocorre a Full Moon Party, uma das raves mundialmente mais famosas, que nós ficamos felizes em deixar para lá para poder aproveitar o dia nas praias.
Mesmo com todos os atributos de Koh Samui, foi Phuket que entrou para a memória como o lugar mais inesquecível da viagem. Eu e Guico havíamos escolhido um resort em uma praia menos conhecida para poder relaxar, o Friendship Beach Hotel. O lugar é bem bacana, piscina, restaurante na areia da praia, quartos enormes, tudo dentro do nosso orçamentinho (já disse que adoro os preços da Ásia?). Infelizmente eu havia pego uma gastroenterite viral uns dias antes e não estava passando tão bem para aproveitar o resort. No último dia, no entanto, tudo ficou perfeito. Acordei melhor e ficamos na piscina até quase o último raio de sol. Na hora do jantar, o Guico pega minha mão, passando pela última mesa do restaurante através da passagem que dava para a praia. Lá, uma mesa especial nos esperava na areia, com um garçom exclusivo. O Guico me deu uma rosa vermelha – lembrando a rosa que ganhei na primeira noite que saímos – se ajoelhou, e pediu minha mão com um lindo anel solitário. As pessoas no restaurante batiam palmas e tiravam fotos, enquanto eu enxugava as lágrimas e me preparava para o delicioso jantar à beira mar com champagne, peixe, frutos do mar e camarão. Realmente, Koh Samui que me perdoe, mas será impossível esquecer Phuket.

Friendship Hotel
No dia seguinte, arrumamos a mala em direção à Chiang Mai, nosso último destino no país. A cidade interiorana foi uma mudança de ritmo legal na viagem. Apesar de ainda ser bem turística, você fica mais próximo do dia a dia dos tailandeses, absorvendo melhor a cultura local. Fora que dá para fazer um monte de passeios bacanas, como visitar a tríplice fronteira entre Laos, Myanmar e a Tailândia, brincar com filhotes de tigres ou passar um dia cuidando de elefantes resgatados. Também é um ótimo lugar para aproveitar as coisas típicas do país, já que Chiang Mai tende a ser mais barata que a capital e as praias. As opções são infinitas: jantar em um delicioso restaurante à beira do rio (ou mesmo em um barco tradicional), assistir a uma luta de Muay Thai, comprar lembrancinhas no mercado de final de semana ou no night bazar, fazer uma aula de culinária tailandesa ou de massagem, visitar templos etc. Nós fizemos praticamente a lista toda sem sair do orçamento!
Essa terra de sonhos deixará saudades. Tinha expectativas altas sobre a Tailândia, e todas foram cumpridas com esmero. Um país cheio de cultura, comidas exóticas e costumes milenares. Uma terra que coloca importância na educação e respeito, onde levantar a voz é tabu e todos se cumprimentam juntando as palmas da mão no centro do peito e inclinando levemente a cabeça à frente. Um país quente, no clima e calor humano, que selou um momento muito especial na minha vida e que será lembrado para sempre com carinho.
Fiquei com a impressão que qualquer país que eu resolva visitar agora perderá para a Tailândia.
É realmente lindíssimo, mas cada país te marca de um jeito diferente. Por isso quero conhecer todos! Rs.
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Oi! Admiro muito sua coragem de viajar por ai, gostaria de saber se a Tailândia (ao todo) é um lugar com muito lixo na rua, e se eles fazem alguma coisa pra contar isso. Abraços
Oi, Gabi! Não vi muito lixo na Tailândia, não. Nada como Índia, Ilhas Perhentian (na Malásia) ou alguns lugares de Fiji. Vale a pena ir!